Doença de Alzheimer


A doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência. O problema atinge as células nervosas do cérebro do idoso, principalmente aquelas relacionadas à memória, às funções intelectuais e ao comportamento. O distúrbio afeta mais de 5% das pessoas com idade acima de 65 anos e torna-se cada vez mais frequente à medida que a idade avança, até atingir entre 20% e 25% dos indivíduos com mais de 80 anos. 
Os primeiros sinais de Alzheimer aparecem no primeiro estágio da doença, que dura de dois a três anos. Nesse período, destacam-se a perda da capacidade de realizar tarefas rotineiras, esquecimento de fatos recentes, repetição frequente de perguntas já respondidas,  verificação constante de tarefas já executadas e alterações de humor. Entre os indivíduos que trabalham, observa-se, também, a perda do rendimento e a elaboração de textos com frases sem sentido, devido à ausência ou repetição de palavras, além da falta de uma linha de pensamento. 
Posterior e paulatinamente começam a aparecer dificuldades de linguagem (disfasia), de executar movimentos (dispraxia) e inabilidade de consertar coisas e de lidar com eletrodomésticos. Com o passar do tempo, a dispraxia começa a afetar atividades simples, como vestir-se e usar o vaso sanitário. Conforme a doença progride, os idosos se tornam, cada vez mais, dependentes de cuidados de seus familiares e cuidadores.



Progressão da Doença
Nas etapas mais avançadas, a desorientação torna-se mais evidente nos idosos portadores de Alzheimer, que começam a apresentar problemas para localizar-se, mesmo estando próximos às suas residências. Há até mesmo os que não conseguem reconhecê-las. Com a progressão da doença, a linguagem é definitivamente perdida, sendo substituída por gritos e gemidos. Também é comum, em alguns indivíduos, a repetição da última palavra ouvida (ecolalia), sendo que, embora elas sejam reconhecíveis para os interlocutores, não fazem sentido algum para o doente que as pronuncia.
Com a execução dos movimentos cada vez mais difícil,  a vida do idoso começa a fi car restrita à cadeira de rodas e ao leito. Também é comum aparecerem dificuldades para mastigar e engolir, com risco de aspiração do alimento, que pode levar a uma infecção pulmonar.
Já incapaz de se comunicar e de se alimentar, a permanência no leito facilita o desenvolvimento de infeccções respiratórias e úlceras por pressão. 



Diagnóstico
Embora a causa específica do aparecimento de Alzheimer ainda seja desconhecida, os avanços científicos em busca de tratamentos eficazes são grandes.  Nesse sentido, o diagnóstico precoce é decisivo para o tratamento que, hoje, é baseado em três pilares: melhorar a cognição, retardar a evolução e tratar os sintomas e as alterações de comportamento.
Os sintomas da doença não são facilmente reconhecidos, uma vez que, normalmente, ocorrem de maneira gradual e assemelham-se aos de outros casos de demência. Por isso, o diagnóstico preciso só pode ser feito por meio de biópsia cerebral, procedimento que, por ser invasivo, não é rotineiro, sendo realizado, normalmente, para investigar formas mais raras de degeneração cerebral. No entanto, ele viabiliza localizar e observar as possíveis alterações características da doença. 
Ainda na busca pelo diagnóstico correto, é comum a realização de exames de sangue, ressonância magnética e tomografia computadorizada, que embora sejam realizadas para descartar outros tipos de demência, ajudam no diagnóstico de Alzheimer por revelar atrofia em determinadas áreas do cérebro, típicas de portadores do distúrbio.

Tratamento
Hoje, a terapia mais utilizada é por meio de medicamentos que visam obter melhora do quadro cognitivo (processo mental de percepção, memória, juízo e raciocínio) e funcional do portadores da doença, resultados obtidos em cerca de 30% dos pacientes submetidos a esse tratamento. Alguns especialistas defendem que a essa medicação seja ministrada tão logo sejam identificados os primeiros sintomas, como forma de tentar retardar o curso natural da enfermidade.
Conforme avançam as pesquisas sobre a doença, novas drogas têm sido estudadas e desenvolvidas, com o intuito de impedir a formação de lesões em áreas cerebrais que desencadeariam o problema e, ao mesmo tempo, impedir sua instalação e evolução, podendo retardar e até evitá-la.


Não tenha preconceito, Cuide com Amor!



Fonte: Revista Medicando - 6ed.