Siso, O Dente do Juízo!

Devido à modificação dos hábitos alimentares que a humanidade passou e vem passando ao longo de milhares de anos, o terceiro molar – o famoso dente do siso – veio perdendo sua função, transformando-se em um incômodo. Em muitos casos, mesmo estando formado totalmente, o siso fica incrustado no interior do osso. De outras vezes, deixa aparecer uma pontinha para fora da gengiva, ficando inclinado por trás do segundo molar. Geralmente, isso está associado à aglomeração dos outros dentes, devido à falta de espaço na boca.


Normalmente, os quatro dentes do siso (2 superiores e 2 inferiores, um de cada lado) nascem entre os 17 e os 20 anos. Se isso não acontecer, ele pode não existir ou estar numa posição mais horizontal no interior do osso. Quando ele está totalmente dentro do osso, pode provocar reabsorção de dentes vizinhos ou formação de cistos. Dependendo da posição do siso dentro do osso, é comum surgirem sintomas como fortes dores faciais e enxaquecas, por comprimir os feixes nervosos. 



Se nascer só parcialmente, o problema pode tornar-se mais perigoso ainda por ser uma porta de entrada de bactérias para dentro dos tecidos gengivais e ósseo, principalmente devido à dificuldade de higienização da área. Isso pode ocasionar a irritação local, gengivites, dor, abcessos e edema. Os dentes inclusos continuam a tentar atravessar o tecido da gengiva mesmo sem ter espaço suficiente para eles. A constante pressão causada por essa tentativa de erupção pode acabar por afetar as raízes dos dentes vizinhos. Por isso, removê-lo pode evitar sofrimentos futuros.

Mesmo quando o siso está a nascer numa posição favorável, pode ocorrer inflamação da gengiva acima dele. Isso geralmente acontece devido à entrada de restos alimentares entre a gengiva e o dente. Para evitar o problema, é importante escovar bem o local e fazer bochechos com antissépticos. Caso isso não resolva, deverá ser consultado o dentista.

A remoção do siso só não é aconselhável quando ele nasce em posição normal, perfeito, sem empurrar os outros dentes e quando há mordida suficiente entre o superior e o inferior. Caso contrário, devido a todos esses problemas, o melhor é extraí-lo. Se for necessária a extração do siso inferior, o superior também deve ser removido e vice-versa. Sem o seu antagonista, o dente mover-se-á no sentido dele e começará a ferir os tecidos gengivais. 
Como os dentes removidos antes dos 20 anos têm raízes menores e causam menos problemas, recomenda-se que as pessoas a partir dos 16 anos tenham os seus dentes do siso examinados e radiografados para avaliação da necessidade de remoção. Por ser um dente novo, para o deixar na boca, é importante a prevenção com aplicação de flúor selante, o que evita cáries.



Remover o siso já é uma prática rotineira e frequente nos consultórios dentários. O sucesso do pós-operatório depende muito de como a cirurgia é planeada e executada. O paciente pode colaborar muito seguindo corretamente as orientações do dentista. Marque uma consulta!!




Fonte: Revista Saúde e Lar - Adaptado.