A chamada andropausa já é conhecida desde 1939, quando pesquisas médicas revelaram que havia um decréscimo da produção de hormonas masculinas depois da meia-idade.
A testosterona, um dos principaos hormônios masculinos, é produzido nos testículos a partir da puberdade e permanecem em níveis altos até cerca dos 50 anos, quando começam lentamente a diminuir cerca de 1% cada ano. Como é uma diminuição bastante lenta e gradativa, ao contrário do que acontece nas mulheres, não existe um momento definido para afirmar que o homem está a entrar na andropausa.
Na puberdade, a alta produção de testosterona é responsável pelo surgimento de caracteres sexuais secundários, tais como o desenvolvimento da massa muscular, pêlos no rosto e na região púbica, mudança de voz, desenvolvimento da próstata e aumento de interesse sexual. No período da queda dos hormônios masculinos, não há manifestações externas dessa redução hormonal, mas alguns homens podem apresentar sintomas semelhantes aos das mulheres na menopausa, tais como, calores, insónia, alterações humorais, aumento de peso e outros. Entretanto, tais sintomas não são características seguras da queda hormonal, pois podem ser causados por outras razões.
Desempenho sexual
Uma das principais preocupações do homem é a queda no desempenho sexual, que começa a verificar-se nesse período. Mas mesmo esse decréscimo pode não ter relação com a queda pura e simples dos níveis de testosterona. Para que possamos ter a certeza de que há uma queda real na quantidade de testosterona circulante no sangue, ou uma diminuição de produção por parte dos testículos, temos que fazer uma dosagem das hormonas masculinas no sangue. Os valores normais de testosterona são de 300 a 900 ng/dl. Se os valores estiverem abaixo desses limites, poderá ser considerada a necessidade de fazer o que chamamos reposição hormonal.
A diminuição de produção de testosterona por parte dos testículos diminui em função da redução da quantidade de sangue que irriga esses mesmos testículos. Isso pode ocorrer com o simples passar dos anos, mas há uma série de factores que hoje actuam sobre a circulação, que poderiam ser evitados ou tratados, para melhorar a produção hormonal. E quais seriam esses factores responsáveis pela queda precoce da masculinidade? O sedentarismo, que por sua vez leva ao aumento de peso, diabetes, uso de bebidas alcoólicas e tabagismo, além do uso de certos medicamentos, estão entre as causas da queda de produção hormonal.
Interessante nesse aspecto é que podemos alterar essa realidade fazendo as devidas correcções dos hábitos que levam a essa situação: fazer exercício físico, eliminar a gordura corporal indesejada, abolir o uso de tabaco e bebidas alcoólicas, e evitar o excesso sexual. Antes de considerar a possibilidade de procurar o auxílio dos hormônios masculinos através da reposição medicamentosa, verifique se não há qualquer desses factores presentes no seu dia-a-dia e, se for o caso, modifique-os.
Controvérsia
Muitos homens com problemas que parecem ser devidos a quedas hormonais, não apresentam grandes deficiências a ponto de beneficiarem do tratamento de reposição hormonal masculino. Só duas em cada cem pessoas do sexo masculino que apresentam queixas relacionadas com a andropausa têm diminuição importante das hormonas sexuais. Seria um erro tratar indiscriminadamente a todos com hormônios masculinos. Pouco melhoraria os sintomas e essas pessoas ainda estariam sujeitas aos riscos da medicação. A testosterona administrada por injecções ou aplicada por adesivos na pele deve ser monitorizada pelo médico. Da mesma forma que os hormônios femininos podem agravar doenças no aparelho reprodutor da mulher, a testosterona pode prejudicar a próstata.
O aumento da próstata pode ocorrer com o uso da testosterona e, se houver alguma tendência à formação de cancro da próstata, o uso da testosterona é absolutamente contra-indicado. Além disso, o mau uso desses hormônios pode também desencadear tensão elevada e afectar o sistema cardiovascular.
Atitudes que podem ajudar:
1. Comece a praticar exercícios físicos com regularidade. Além de aumentar as probabilidades de melhorar o desempenho sexual, o exercício físico tem também o mérito de diminuir a incidência de tumores da próstata.
2. Procure reduzir os quilos que estão a mais, adoptando um regime que possa ajudar no controle do peso (legumes, frutas, cereais integrais e verduras), principalmente se a gordura estiver localizada no abdómen, o que é muito comum nos homens. Esse tipo de gordura está associado a aumentos na incidência de diabetes. A diabetes é um importante factor de diminuição da circulação do sangue em todos os tecidos, deterioração das terminações nervosas nos órgãos genitais e necessita de ser vigorosamente tratada.
3. O tabagismo e a saúde sexual do homem não se conjugam. A toxicidade do cigarro acarreta a diminuição do fluxo de sangue aos testículos por estreitamento das artérias, bem como a diminuição de oxigénio na corrente sanguínea. Como resultado, há uma diminuição precoce na produção de testosterona por parte dos testículos. Tudo isso é proporcional à quantidade de cigarros fumados.
4. O uso de bebidas alcoólicas não é natural ao ser humano e quanto maior for a quantidade usada, maiores serão os danos impostos ao corpo, em todos os aspectos, inclusivamente na questão hormonal. O álcool é responsável pela redução funcional do testículo e das suas funções sexuais e reprodutivas.
Fonte: Revista Saúde e Lar