Câncer de Próstata

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno com a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto como pode-se evidenciar na figura ao lado. 
A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A função da próstata é produzir parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual.


No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Além disso, a mortalidade causada por esta patologia é alta: segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2008 ocorreram 11,955 óbitos. Essa elevada taxa ocorre em virtude do retardo do diagnóstico, fato que favorece a ocorrência de tumores com alta capacidade biológica de invasão local e de disseminação para outros órgãos, formando as metástases. 

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.





Sintomas
Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Fatores de Risco
Os antecedentes familiares têm particular importância, pois elevam o risco em três vezes ou mais para os descendentes de doentes de câncer de próstata. Quanto aos fatores ambientais, existem muitas relações possíveis, entre as quais com substâncias químicas utilizadas na indústria de fertilizantes, ferro, cromo, cádmio, borracha e chumbo, sem que no entanto tenha sido comprovada até hoje a correlação entre esses fatores e uma maior incidência do câncer de próstata.
Dietas ricas em gordura animal podem aumentar as taxas de androgênios e estrogênios e relacionar-se com o aumento dos tumores da próstata. Há evidências de que a ingestão de carne vermelha, leite e derivados ativa a produção de testosterona (hormônio masculino), podendo favorecer o aparecimento do câncer em quem tem predisposição. Portanto, o consumo moderado desses alimentos pode retardar o surgimento de um tumor. 
Outro elemento de risco é o uso indiscriminado de adesivos cutâneos, injeções e pílulas de testosterona. O hormônio sintético vem sendo utilizado como panacéia para problemas que surgem com a idade, tais como a diminuição da libido e a perda de massa muscular. Sem orientação médica, esses artifícios podem causar estragos irreversíveis não só na próstata.

Diagnóstico
A detecção do câncer de próstata é feita pelo exame clínico (toque retal) e da dosagem de substâncias produzidas pela próstata: a fração prostática da fosfatase ácida (FAP) e o antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que podem sugerir a existência da doença e indicarem a realização de ultra-sonografia pélvica (ou prostática trans-retal se disponível). 
O resultado da ultrassonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de biópsia prostática transretal. O diagnóstico de certeza do câncer é feito pelo estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata. O relatório obtido deve informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente.
O retardo do diagnóstico prende-se a diversos fatores: a falta de informação da população leiga, que mantém crenças ultrapassadas e negativas sobre o câncer e seu prognóstico; a falta de alerta dos profissionais da saúde para o diagnóstico precoce dos casos; o preconceito contra o câncer e contra o toque retal; dentre outros.
É importante saber que, na maioria, das vezes, o aumento prostático é devido a doenças benignas e não ao câncer. Mas, se houver câncer de próstata, é fundamental que o diagnóstico seja feito no início da doença, quando a cura é possível. 

Tratamento
Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento de eleição é a terapia hormonal.

É importante lembrar que a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico. 

Prevenção
Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.



Exame de Toque Retal 


O homem pode se proteger do câncer de próstata indo ao médico regularmente para o exame de toque retal, mesmo que esteja se sentindo bem e não apresente problemas urinários. 
O toque retal é um exame indolor e permite que o médico, introduzindo um dedo através do ânus do homem, apalpe a parte interna do reto e a próstata, como ilustra a figura ao lado, permitindo detectar nódulos pequenos e avaliar a extensão local da doença. Sua realização periódica é a melhor forma de se reduzir a mortalidade por câncer de próstata.


Homens de 50 a 70 anos de idade devem procurar o médico anualmente e submeter-se ao exame físico, que inclui o toque retal e ao exame de sangue de dosagem do antígeno prostático específico (PSA). Os homens entre 40 e 50 anos de idade devem seguir as mesmas recomendações quando houver história familiar de câncer de próstata. 




Previna-se, consulte um médico!


Fonte: Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Revista Saúde em Movimento.