Interessado em conceitos biológicos, o antropólogo Ashley Montagu declarou que um ser humano pode sobreviver a privações sensoriais extremas de visão ou audição, desde que seja mantida a experiência sensorial da pele.
Partindo desse conceito, é fácil entender por que o médico francês Fréderick Laboyer se encantou com a imagem de uma mulher indiana chamada Shantala, enquanto esta massageava seu filho. Após observar a aplicação da técnica, o médico trouxe para o Ocidente essa prática, que ficou conhecida como Shantala, e que se fundamentava nos princípios de prevenir doenças e estimular um estilo de vida saudável, bem como o estabelecimento de vínculos afetivos entre mãe e filho.
Dessa forma, a Shantala consiste em movimentos lentos para acariciar a pele e alongar o corpinho do bebê (peito, braços, mãos, barriga, pernas, pés, costas e rosto) e pode ser aplicada diariamente. Para os bebês, os benefícios da massagem já foram cientificamente provados. Além do fortalecimento do vínculo entre o bebê e sua mãe, um estudo realizado pela Universidade de Warwick (Reino Unido) mostrou que há evidências de melhora do sono e relaxamento, redução do choro, equilíbrio hormonal e controle do estresse. Além disso, há decréscimo significativo na incidência de doenças e visitas médicas, favorece o funcionamento do intestino, diminui os gases e as cólicas; estimula o desenvolvimento psicomotor; melhora o alongamento; ativa a circulação sanguínea e linfática
( Providencie uma caixa ou uma bolsa para guardar todos os utensílios da massagem: óleo de boa qualidade, toalha, para colocar embaixo do bebê; fraldas para depois da massagem; meias, para o caso de os pezinhos esfriarem; tecido de seda ou algodão, para brincar ou cobrir o bebê, itens de banho )
Segundo a fisioterapeuta Ana Paula Russo Schwantes, especialista em fisioterapia do Centro Integrado de Yoga, Meditação, as mães também se beneficiam dessa massagem: “Para elas, observamos interrupção de hemorragia, contração do útero, melhora da circulação e aumento da prolactina”. Outro estudo científico indica que há ainda redução da depressão pós-parto. Aumento da autoestima e maior confiança nos cuidados com o bebê, melhora dos sentidos e intuição para compreender as suas necessidades seriam outras vantagens dessa prática.
A massagem pode ser aplicada a partir de um mês de vida, admitido seu início em qualquer idade: “A duração deve ser de 15 a 30 minutos, e, conforme a criança for crescendo, as manobras e o tempo da massagem também aumentam”, garante Ana Paula.
5 dicas para a massagem do bebê
1. Faça a massagem diariamente e, se possível, na mesma hora. O ideal é que seja feita pela manhã, ou à tarde, logo após o período de descanso.
2. Escolha um local em que você se sinta bem e onde a massagem possa ser feita regularmente. A ideia é que o bebê se recorde dele e se sinta seguro. Quando ele completar alguns meses de vida, você poderá massageá-lo ao ar livre, especialmente naqueles dias mais quentes durante o verão.
3. Experimente diversas possibilidades, até encontrar a sua posição ideal. Para quem massageia, a coluna deve ser mantida reta, pois estimula a organização interna, exatamente quando se faz uma postura similar ao ioga.
4. Esteja envolvida enquanto massageia seu filho: a postura interna da mãe que tem contato físico com seu bebê é elemento determinante nesse momento. Não é a técnica que regula o efeito e a qualidade da massagem, mas, sim, a intenção de proporcionar satisfação e bem-estar ao seu filho.
5. Antes de começar, observe bem as suas mãos. Afinal, será por meio delas que você estabelecerá o contato com o bebê. Elas precisam estar aquecidas e extremamente limpas, bem como desprovidas de anéis ou qualquer outro acessório que possa comprometer o processo da massagem.
Assista o vídeo e aprenda como fazer a Shantala em seu Bebê
Fonte: Revista Viva Saúde - Adaptado.