O diabetes mellitus é uma doença caracterizada por hiperglicemia (elevada taxa de glicose no sangue) associada a complicações, disfunções e insuficiências de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos.
Essa doença pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina (hormônio que promove a entrada de glicose nas células do corpo) em virtude da destruição das células do pâncreas, as quais são produtoras de insulina; distúrbios na secreção de insulina; resistência à ação da insulina; dentre outros.
Os tipos de diabetes mais freqüentes são o diabetes tipo 1, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, que compreende cerca de 90% do total de casos.
Diabetes tipo 1
É o tipo de diabete que indica destruição de células produtoras de insulina, localizadas no pâncreas, levando ao estágio de deficiência parcial ou absoluta de insulina.
Com a falta de insulina, a glicose não entra nas células, permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades, logo faz-se necessário administrar esse hormônio no diabético para prevenir cetoacidose, coma e morte.
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos.
Diabetes tipo 2
O termo tipo 2, designa o quadro de diabetes onde a produção de insulina pelo pâncreas é constante, mas há uma incapacidade dos músculos e tecido adiposo em absorver a glicose do sangue devido a redução do número de receptores para insulina. Nestes casos, a produção de insulina pode estar ou não normal, mas como os receptores não estão funcionando direito ou estão em pequenas quantidades, a insulina não consegue promover a entrada de glicose necessária para dentro das células, aumentando também as concentrações da glicose na corrente sanguínea. Nestes casos, é mais recomendável a prática de atividade física e regulação da dieta, entretanto, há casos em que a insulina é indicada para o controle da hiperglicemia.
Cerca de 50% da população com diabetes não sabe que são portadores da doença, algumas vezes permanecendo não diagnosticados até que se manifestem sinais de complicações. Por isso, testes de rastreamento são indicados em indivíduos assintomáticos que apresentem maior risco da doença como:
• Idade maior de 45 anos.
• Sobrepeso (Índice de Massa Corporal IMC >25).
• Obesidade
mulheres, medida na altura das cristas ilíacas).
• Antecedente familiar (mãe ou pai) de diabetes.
• Hipertensão arterial (maior que 140/90 mmHg).
• Colesterol alto
• Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos.
• Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida
Prevenção
Mudanças de estilo de vida, redução de peso em caso de obesidade, manuntenção do peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição energética moderada, restrição de gorduras, especialmente as saturadas, dieta balanceada e aumento de atividade física regular.
Sintomas:
Os sintomas clássicos de diabetes são:
- poliúria (aumento do volume urinário),
- polidipsia (sede aumentada e aumento da ingestão de líquidos),
- polifagia (apetite aumentado)
- perda involuntária de peso.
Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são:
fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar e infecções de repetição.
Tratamento
O tratamento é baseado nos seguintes conceitos:
- Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
- Alimentação, dieta e exercícios físicos adequados para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente
- Medicamentos terapêuticos como insulina e hipoglicemiantes orais que devem ser administrados estritamente segundo a orientação médica
- Monitoração dos níveis de glicose
Procure o médico para fazer exames de rotina, pois prevenir é melhor que remediar!
Fonte: Cadernos de Atenção Básica n16, Diabetes Mellitus. Ministério da Saúde. Brasília, 2006.