A MDMA foi sintetizada por acaso em 1912, por Anton Köllisch (1888-1916) um químico que trabalhava para os laboratórios alemães da Merck. Dois anos depois, esta substância foi patenteada como inibidor do apetite, mas nunca chegou a ser comercializada. O seu uso foi mais notório junto dos soldados que, com ela, conseguiam lutar contra o sono e contra a fome. Com a cultura de reação às guerras da Coreia e do Vietname, que encontra no uso de substâncias psicoactivas, um modo de manifestar a sua rejeição, o uso e procura deste género de substâncias generalizou-se.
Nos anos 50, com fins experimentais, o MDMA foi utilizado pela polícia em interrogatórios e em psicoterapia. Com a sua redescoberta em 1960, progressivamente passou a ser frequente o seu uso em termos recreativos. A produção mundial de MDMA situou-se em 2007, entre 72 e 137 toneladas, sendo, os Países Baixos, o Brasil, a Bélgica e, em menor grau, a Alemanha, o Reino Unido e a Polónia seus principais produtores.
Atualmente, a compra de ecstasy é facilitada pelas vendas on-line, sendo abundantes os endereços onde se podem encomendar os seus comprimidos ou pastilhas.
Em 1970, nos EUA, estava disseminado o seu consumo. Ainda nessa década (em 1977) o ecstasy foi proibido na Inglaterra. Depois seria a vez dos EUA o classificarem como substância proibida (em 1985). A chegada e difusão dessa droga em Portugal dá-se principalmente a partir de 1980, passando a ser um droga popular nas camadas mais jovens nas noites de festa, não só de fim-de-semana, mas nas casas noturnas, nos encontros sociais e durante a própria semana.
Os efeitos e os perigos do XTC (Ecstasy)
Ao contrário das outras drogas, o XTC tem a particularidade de ser criado artificialmente. Desde a sua síntese acidental laboratorial, a identificação de todos os efeitos desta droga tem sido feita progressivamente. Nenhum estudo como aqueles que caracterizam o processo de aprovação de medicamentos foi realizado com o ecstasy. Portanto, não é um composto que tenha sido criado depois de identificada uma necessidade e tenha sido submetido a um processo rigoroso de experimentação.
A sua popularização deve-se, principalmente, aos efeitos que são sentidos quando este produto é consumido: sensação de energia, de performance, supressão das inibições. Com o XTC desaparecem os constrangimentos e as proibições. Emerge a sensação de liberdade nas relações humanas e excitação.
É de realçar que o XTC provoca uma ligeira ansiedade, um aumento da pressão arterial, aumento do ritmo cardíaco e a contracção dos músculos faciais. A pele torna-se mais húmida e a boca seca. Segue-se uma ligeira euforia. Uma sensação de bem-estar e prazer instala-se com um relaxamento. Da exacerbação dos sentidos surge a impressão de compreensão dos outros e a sua aceitação.
Além disso, o uso do ecstasy leva a uma desidratação acentuada. Como muitas vezes o seu consumo é feito em ambientes fechados, aquecidos, nos quais se despende muita energia (como discotecas), uma das consequências é que nos três ou quatro dias depois da toma da droga, o utilizador passe por situações de ansiedade e depressão que podem inclusivamente exigir a intervenção médica.
Drogas sintéticas: uma marca da contemporaneidade
O XTC ou ecstasy faz parte de um conjunto de novas drogas possíveis de serem consumidas graças à evolução da química. Estas novas drogas são muitas vezes fabricadas através de síntese laboratorial clandestina, por químicos sem escrúpulos. Para escaparem às teias da lei, estes alquimistas modernos introduzem alterações moleculares inundando o mercado com verdadeiras novas drogas de efeitos imprevisíveis a curto e a longo prazo. Por isso, o seu consumo é um risco enorme para a saúde humana na medida em que não há qualquer tipo de controle estequiométrico da sua produção.
Com a insistência e consumo regular da XTC existe o perigo de se estabelecer um ciclo de emagrecimento e enfraquecimento: instabilidade do humor pode levar a comportamentos agressivos. Com este ciclo de consumo repetido podem iniciar-se e agravarem-se perturbações psíquicas, prolongando-se a sua duração.
Como foi já explicitado, as cápsulas de ecstasy não são puras, mas contêm uma série imprevisível de outros produtos cujas consequências, devido ao policonsumo, são difíceis de descrever e prever. Por outro lado, a vulnerabilidade do utilizador é outro aspecto a ter em conta: pessoas que tomem antidepressivos, aspirina, medicamentos contra a aids, antirretrovirais, estão em perigo acrescido.
As pessoas que têm asma, perturbações do ritmo cardíaco, epilepsia, problemas renais, diabetes, astenia e problemas psicológicos estão igualmente em muito maior risco se consumirem ecstasy.
Ame-se, não coloque sua vida em risco por alguns momentos de euforia'
Fonte: Revista Saúde e Lar
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