O lúpus é uma doença inflamatória de origem ainda desconhecida, onde o sistema de defesa, responsável por atacar e destruir os microorganismos que invadem nosso corpo, deixa de distinguir entre os microorganismos e as células do próprio corpo e começa a atacar as próprias células e tecidos do corpo, resultando em inflamações, lesões e dores. O lúpus pode manifestar-se sob a forma cutânea (atinge apenas a pele) ou ser generalizado, podendo acometer múltiplas partes do corpo: as juntas, o sangue e os rins, sistema nervoso, causando sérios problemas ao longo da vida, principalmente se não for tratado (Zerbini & Fidelix, 1989)

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa doença ocorre nove vezes mais frequentemente em mulheres do que em homens, especialmente entre as idades de 15 e 50 anos, sendo mais comum em mulheres e pessoas de descendência africana ou nativos-americanos. No Brasil devemos ter entre 16.000 e 80.000 casos de Lúpus sistêmico.
Há maior prevalência em mulheres em idade reprodutiva quando comparado à quantidade de homens na mesma idade, sugere que os hormônios femininos (estrógenos) e os hormônios masculinos (testosterona) participem na patogênese da doença. No entanto, nenhuma faixa etária está isenta do acometimento dessa doença, que pode incidir tanto na infância quanto em idade mais avançada (Meinão & Sato, 2008).

Vermelhidão em "asa de borboleta" 

Sintomas

Zerbini e Fidelix (1989) sistematizam os principais sintomas da doença: inflamação das articulações, febre, problemas na pele, tais como vermelhidão em “asa de borboleta” e lesões, sensibilidade à luz, queda de cabelo, coloração de mãos e pés, lesões no nariz e na boca, bem como cansaço, perda de peso. Em casos mais graves, há problemas renais, problemas pulmonares, problemas cardíacos, aumento de gânglios, depressão e, até, complicações neurológicas e psicóticas.

Diagnóstico
O diagnóstico é complexo, feito através da avaliação dos sinais e sintomas, junto com exames laboratoriais: hemograma, análise da urina e exames que avaliam o sistema de defesa.

Tratamento
O tratamento do lúpus depende do indivíduo e da gravidade, dos órgãos ou sistemas afetados. No caso de envolvimento de vários sistemas do corpo, o tratamento deverá ser orientado para a queixa de maior gravidade (Sato et al, 2002). A medicação mais potente para tratar essa doença é o corticóide, mas também há o uso de antimaláricos. No entanto, estes fármacos também provocam diversos efeitos colaterais (enfraquecimento dos ossos, diabetes, catarata, inchaço do rosto e do corpo). Em alguns casos, os fármacos imunossupressores também são usados para regular a ação do sistema de defesa que se encontra desequilibrado (Zerbini & Fidelix, 1989).

Práticas Alternativas
Segundo Sato et al, 2002, além do tratamento medicamentoso, algumas orientações são essenciais para as pessoas portadoras desse problema de saúde:
- bom nível de informação da doença e suas implicações; 
- evitar o sol e as lâmpadas em função da radiação ultravioleta; 
- contar com apoio psicológico; 
- manter uma disciplina mínima de atividade física conforme as limitações de cada pessoa; 
- adotar uma dieta balanceada, evitando os excessos de sal, carboidratos e lipídios; 
- evitar o tabagismo; 
- no caso das mulheres, é recomendável se abster do uso de anticoncepcionais em função do estrógeno, apontado como um dos desencadeadores da doença; 
- evitar infecções; 
- saber diferenciar os sintomas que podem ser causados por outros problemas de saúde.

 Prognóstico
A evolução dessa doença varia de caso para caso e depende de quais órgãos foram afetados e da intensidade da reação inflamatória. A cura ainda precisa ser descoberta, o tratamento visa o controle e remissão da doença e melhora da qualidade de vida. Em função dos avanços da medicina, as expectativas de vida dos pacientes afetados com lupus hoje são muito melhores do que em anos anteriores. 

 

Fonte: Associação Brasileira Superando o Lúpus;
MEINÃO, I. M.; SATO, E. I. Lúpus Eritematoso Sistêmico de início tardio. Disponível em: < http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/774-Einstein%20Suplemento%20v6n1%20pS40-47.pdf> Acesso em 06/06/2011.
ZERBINI, C. A., & FIDELIX, T. S. A. (1989). Conversando sobre lúpus: um livro para o paciente e sua família. São Paulo: Roca.
SATO, E. I., BONFÁ, E. D., COSTALLAT, L. T. L., SILVA, N. A., BRENOL, J. C. T., SANTIAGO, M. B., SZAJUBOK, J. C. M., FILHO, A. R., BARROS, R. T., & VASCONCELOS, M. (2002). Consenso brasileiro para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Revista Brasileira de Reumatologia, 42(6), 362-370



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